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Entre os documentos originais que foram salvos do saque que a Maison des espirites sofreu na invasão dos nazistas, em 1940, em Paris, pesquisadores encontraram a primeira carta que Allan Kardec escreveu para a sua namorada, com quem ele viria a se casar no ano seguinte. Amélie Boudet morava com os pais em cidade a cerca de 200 quilômetros de Paris.

Na carta, feliz, Kardec se manifesta, agradecendo pela permissão de poder trocar cartas diretamente com sua namorada. Sua franqueza e a forma direta de lidar com suas questões mais íntimas será a marca registrada que o acompanhará no intenso trabalho, que dará corpo à codificação da doutrina espírita anos depois.

Quando Kardec escreveu esta carta, estava com 27 anos de idade e Amélie com 36. Casaram-se em 9 de fevereiro de 1832, e permaneceram 37 anos unidos, até a desencarnação do codificador, em 31 de março de 1869.

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“Minha mãe acabou de receber a resposta do senhor vosso pai, à solicitação feita por mim, através dela. Apresso-me em aproveitar dessa permissão, que ele me concedeu, para vos exprimir diretamente toda a alegria que esse consentimento me proporcionou e quanto feliz eu seria que a vossa determinação pessoal corresponda à minha expectativa; confesso-vos, que ouso um pouco acreditar nisso, através da carta do senhor vosso pai e também pelo que me foi relatado pelas senhoras Musset e Boisset; essa esperança, senhorita, apressa ainda mais os meus votos para a chegada do momento em que eu poderei exprimir-vos, de viva voz, as esperanças de felicidade que eu deposito nessa união.

Embora só tenha tido o prazer de ver-vos uma só vez, essa única entrevista me convenceu de que essas senhoras em nada exageraram, ao pintar-vos com cores tão gentis. Anseio vivamente que nenhum obstáculo venha retardar a realização dos meus desejos.

Sem dúvida, não ser-vos-á uma surpresa de não encontrar nesta carta o estilo muitas vezes empregado para tais ocasiões. Confesso-vos não ter nenhuma experiência nisso e não ter disposição para fazer demonstração enfáticas, cuja realidade repousa, muitas vezes, num sentimento demasiadamente fugás.

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Prefiro, a essas vãs maneiras de demonstrações, a expressão de uma estima recíproca, a única capaz de assegurar uma felicidade duradoura, ao abrigo do tempo e das vicissitudes, e eu ouso acreditar que vós compartilhais desse meu sentimento e que os nossos pais verão, com maior satisfação, uma união fundada nessas bases.

Eu gostaria de assegurar-vos, senhorita, que vós encontrareis em minha mãe e em meu tio, parentes que vos afeiçoarão como uma filha e que aguardam igualmente ansiosos que seus votos se concretizem, com sua chegada entre eles.

A sra. Musset me convida a anexar a esta carta dados referentes a meu nome, idade etc. para seu pai possa ter acesso às informações necessárias para as formalidades que ele será levado a preencher em sua região. (Hypolite, Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon, no dia 3 de outubro de 1804, filho de Jean Baptiste-Antonie Rivail, advogado e de Jeanne Louise Duhamel).

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Pedir-vos-ia senhorita, ser a intérprete junto a vossa mãe e ao vosso pai dos sentimentos de mais elevada consideração, de minha mãe, do meu tio e de mim mesmo, expressando-lhe o quanto essa resposta foi motivo de alegria para todos nós.

Aceita, senhorita, as homenagens mais cordiais desse que tem a honra em estar em total devoção.

Vosso mais humilde e obediente servidor.”

H.L.D. Rivail, Paris, dia 13 de agosto de 1831.

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IZABEL VITUSSO  – AUTORA DESTE DOCUMENTO

IZABEL

* AS IMAGENS SÃO ESCOLHA E RESPONSABILIDADE 
DE BRUNO TAVARES

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brunooyellowMeus queridos amigos e irmãos, eis aqui um artigo da querida jornalista Izabel Rodrigues Vitusso, presidente da editora Correio Fraterno. Izabel é filha de Raymundo Rodrigues Espelho, fundador do Lar da Criança Emmanuel e do jornal Correio Fraterno, editado há mais de quarenta anos, em São Bernardo do Campo, SP. Ela nos traz aqui uma preciosidade, um documento histórico de primeira grandeza para os Anais do Espiritismo, a primeira carta de Allan Kardec para a professorinha Amélie Boudet, sua esposa. Um fato deste jaez emociona a todo o nosso movimento espírita mundial, pela grandeza que representa as duas personalidades envolvidas nessa missiva, nada mais, nada menos que o “Casal Real” do Espiritismo em seus primórdios, em sua origem.

Que Jesus abençoe à querida Izabel, pelo esforço de tornar público este “Documento-Luz”, numa verdadeira dádiva do coração! 

Que Jesus abençoe a todos nós!

Bruno Tavares

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A MENSAGEM DE HOJE DE BRUNO

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QUADRO DO PINTOR PERNAMBUCANO

ANTÔNIO CARLOS CASTANHA TAUA GOMES

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